Receita federal dos EUA pode impedir volta da FTX; entenda
Receita federal dos EUA pode impedir volta da FTX; entenda
Economia

Receita federal dos EUA pode impedir volta da FTX; entenda

Assim que Sam Bankman-Fried (SBF) deixou o cargo de CEO da FTX, a nova liderança da exchange vasculhou os bancos de dados em busca de ativos para ressarcir os clientes. Meses depois, o atual CEO, John J Ray III, e sua equipe conseguiram mapear cerca de US$ 7 bilhões em ativos, quase metade dos quais estão em criptomoedas.

No entanto, a receita federal dos Estados Unidos (IRS) decidiu ir atrás do que ela alega ser a sua parte. De acordo com a agência, a FTX deve cerca de US$ 24 bilhões em impostos não pagos. Ou seja, um valor que corresponde a mais de três vezes o que a empresa possui em ativos recuperados.

O leão quer sua parte

De acordo com o IRS, o valor total que a FTX supostamente deve em impostos é baseado numa auditoria feita pela agência. Além disso, o IRS – que já apresentou duas revisões ao pedido original – afirma que a auditoria fiscal ainda está em curso e o valor total devido está sujeito a alterações.

No entanto, esse valor já teve um “desconto” em relação às últimas auditorias. Originalmente, o IRS alegou que a FTX devia US$ 44 bilhões. Esse valor acabou sendo alterado para US$ 24 bilhões, distribuídos por todas as entidades do império FTX. Isto é, o valor devido pela FTX, Alameda Research e outras empresas.

A maior parte dos impostos não pagos refere-se a impostos sobre a folha de pagamento das empresas, que corresponde a US$ 20,4 bilhões de dólares. O restante do valor (US$ 3,2 bilhões) corresponde a impostos sobre a folha de pagamento da empresa.

Resistência repetida

A FTX tentou originalmente rejeitar toda a alegação do IRS no final do mês passado, argumentando que a conta fiscal é um número que ultrapassa em muito os seus ganhos. De acordo com a empresa, o pagamento dos impostos devidos impediria que se cumprisse o plano de ressarcir os fundos dos clientes.

Além disso, as declarações fiscais apresentadas pela Ernst & Young em nome do Grupo FTX também foram rejeitadas pelo IRS. Quando isso aconteceu, a FTX apresentou um segundo documento afirmando que não apenas os números estão incorretos, mas que também garantiriam efetivamente que seus credores nunca receberiam um centavo de volta.

“Esse argumento de Alice no País das Maravilhas não tem respaldo na lei. Tal como qualquer outro requerente numa falência do Capítulo 11, o IRS deve fornecer uma base específica para as suas reivindicações, com documentação de apoio […]. Não se espera que os Devedores refutem que um fornecedor de equipamento de escritório que afirma ter fornecido um número indeterminado de cadeiras de secretária tem uma dívida de 24 mil milhões de dólares, e o mesmo se aplica a uma responsabilidade fiscal supostamente enorme que ninguém (incluindo o IRS) pode explicar ou apoiar”, disse a FTX.

O IRS e a FTX se enfrentarão no tribunal nesta terça-feira (12). É importante notar que a FTX desistiu de buscar uma eliminação completa, mas agora quer reduzir mais o valor devido.

 

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