A Tether, emissora da stablecoin USDT, congelou 41 carteiras controladas por pessoas que estão na lista de cidadãos especialmente designados (SDN) do Escritório de Controle de Ativos no Exterior (OFAC). Os endereços, de acordo com a empresa, interagiram de alguma forma com o mixer Tornado Cash nos últimos seis meses.
O Tornado Cash recebeu sanções do mesmo OFAC por supostamente facilitar atividades criminosas. Por isso, a maior parte das empresas decidiu aplicar restrições contra quem utiliza o mixer.
A Circle, rival da Tether e emissora da USDC, também aplicou sanções a endereços que passaram pelo mixer Tornado Cash.
Entenda as sanções ao Tornado Cash
Em seu anúncio, a Tether descreveu as ações de congelamento como “medidas de precaução”. Ao que tudo indica, a empresa pretende analisar a relação dos endereços com o mixer antes de aprová-los.
Os dados da rede mostram que várias carteiras usaram o serviço de mistura de moedas Tornado Cash nos últimos seis meses. Uma das carteiras congeladas também está associada ao ataque de US$ 625 milhões à Ronin, ponte do jogo Axie Infinity. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, o ataque foi executado pelo grupo de hackers norte-coreano Lazarus Group.
“Ao executar o congelamento voluntário de endereços de carteira de novas adições à lista de SDN e congelar endereços adicionados anteriormente, seremos capazes de fortalecer ainda mais o uso positivo da tecnologia stablecoin e promover um ecossistema stablecoin mais seguro para todos os usuários”, disse o CEO da Tether, Paolo Ardoino.
Por causa das sanções ao Tornado Cash, qualquer endereço que utilizou o mixer nos últimos seis meses se transforma em um alvo potencial nos EUA. No entanto, isso não significa que todos os endereços cometeram algum crime. Alguns podem ter utilizado o mixer para burlar proibições de criptomoedas em seus países, por exemplo.
Aliás, uma das críticas feitas ao OFAC por causa da proibição foi justamente a de que o Tornado Cash não é utilizado majoritariamente por criminosos, mas sim por cidadãos comuns. Só que o mixer ainda enfrenta sanções, o que levou as empresas a terem cautela com endereços ligados à ferramenta.
Em outubro, a Tether se envolveu numa polêmica ao congelar 32 endereços ligados ao terrorismo e às guerras de Israel e da Ucrânia. Os endereços estavam ligados aos grupos terrorista Hamas e a entidades russas, todos sob alvo de sanções pelos EUA.
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