A esposa do “Faraó dos Bitcoins”, Mirelis Diaz Zerpa, foi presa em uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) nos Estados Unidos nesta quarta-feira (24). A PF localizou Mirelis, que estava foragida há 2 anos e meio, em Chicago.
As autoridades brasileiras emitiram um mandado de prisão para Mirelis, acusando-a de crimes relacionados ao Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. De acordo com um comunicado da PF, Mirelis estava irregular nos EUA.
A prisão ocorreu em conjunto com o U.S Immigrations and Customs Enforcement (ICE) e o Serviço Secreto dos Estados Unidos.
A esposa do “Faraó dos Bitcoins” estava em fuga desde 2021, quando a PF prendeu seu marido, Glaidson Acácio dos Santos, na Operação Kryptos. A empresa do casal, a GAS Consultoria Bitcoin, estava sob investigação há dois anos.
Mirelis afirmou, em sua defesa, que a prisão teve como motivação apenas uma irregularidade em seu visto de permanência nos Estados Unidos.
GAS, Faraó dos Bitcoins e Mirelis
Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, ascendeu ao status de milionário em apenas sete anos após fundar a GAS Consultoria Bitcoin. A empresa prometia lucros de até 10% em investimentos em criptomoedas.
Mas, segundo investigações da PF e do MPF, a empresa não realizava efetivamente os investimentos. Em vez disso, pagava os lucros aos clientes com o dinheiro de novos investidores, características típicas de um esquema de pirâmide financeira.
A investigação estima que Mirelis, Glaidson e outros sócios da GAS Consultoria movimentaram cerca de R$ 38 bilhões no esquema de pirâmide financeira, entre 2015 e 2021, prejudicando investidores de criptomoedas. Ao todo, a GAS tinha contratos de investimento com pelo menos 8.976 pessoas, sendo 6.249 pessoas físicas e 2.727 pessoas jurídicas.
Mesmo com o Faraó dos Bitcoin preso, com a GAS fechada e fora do Brasil, Mirelis movimentou milhões em criptomoedas.
Por meio de seus advogados, ela chegou a admitir que logo após a operação Kryptos transferiu R$ 1 bilhão em Bitcoins da carteira para pagar os clientes da empresa. Depois, em dezembro de 2022, Mirelis fez uma nova transação e enviou R$ 2,3 milhões de suas contas para a irmã.
Em março de 2023, a esposa do Faraó dos Bitcoin fez sua penúltima transferência de BTC, movendo 94 Bitcoins, avaliados em mais de R$ 11 milhões na época. Por fim, em outubro do ano passado, ela teria vendido mais 10 Bitcoins, estimados na época em R$ 1,7 milhão, totalizando R$ 16 milhões em criptomoedas.
- Leia também: Brasil registra US$ 6,8 milhões em investimentos em produtos de criptomoedas em uma semana
CVM aplica multa de R$ 102 milhões
Também no ano passado, mais precisamente em agosto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou o “Faraó dos Bitcoin” ao pagamento de uma multa de R$ 34 milhões por oferta pública sem registro. Mirelis e a GAS Consultoria também receberam a mesma multa, totalizando R$ 102 milhões.
De acordo com a decisão da CVM, Glaidson e Mirelis estão proibidos de atuar, direta ou indiretamente, em qualquer modalidade de operação no mercado de valores mobiliários brasileiro por oito anos e meio (102 meses) pela acusação de operação fraudulenta no mercado de valores mobiliários.
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