À medida que o o halving do Bitcoin (BTC) se aproxima, os mineradores preparam uma nova migração. Desta vez, no entanto, o objetivo é sair do Estados Unidos em direção a países mais competitivos.
O país ainda lidera o ranking de mineração com quase 40% do hash rate total do Bitcoin. Mas a chegada do halving pode afetar os mineradores menos lucrativos. E com o halving, esses mineradores tendem a perder ainda mais competitividade no país.
Por isso, esses mineradores estão em busca de regiões que oferecem eletricidade mais barata. Dessa forma, eles ainda conseguem manter suas atividades através da redução dos custos com eletricidade, que possuem o maior peso na mineração.
Esta migração é impulsionada pela necessidade de manter a rentabilidade, já que o halving cortará pela metade o lucro dos mineradores. Logo, a queda de receita tende a afetar em maior peso os mineradores menos competitivos.
- Leia também: Bitcoin está de volta aos US$ 70.000
De olho no halving do Bitcoin
De acordo com um relatório da Bloomberg, aproximadamente 6.000 máquinas antigas de mineração de Bitcoin serão desativadas nos EUA. Os donos dessas máquinas têm planos de reformá-las e revender no exterior, especialmente em áreas com custos de energia mais baixos.
A pequena mineradora SunnySide Digital está na vanguarda desse movimento, operando uma instalação de 35.000 pés quadrados em Colorado Springs. A empresa está reformando e revendendo equipamentos antigos para compradores estrangeiros interessados em capitalizar a mineração em ambientes mais econômicos.
A iminente redução da recompensa da mineração de 6,25 para 3,125 Bitcoin deve aumentar a pressão dos mineradores para maximizar a eficiência. Por isso, muitos vão recorrer a máquinas mais novas e mais eficientes, visando seguir no mercado. Isso vai tornar os modelos mais antigos menos viáveis, especialmente em regiões de custos elevados como os EUA.
“É uma migração natural”, observou Taras Kulyk, CEO da SunnySide Digital, observando que os compradores de máquinas obsoletas gravitam em torno de regiões com energia mais barata. Kulyk afirma que os mineradores menos eficientes estão saindo dos EUA e indo para países como Etiópia, Tanzânia, Paraguai e Uruguai, onde os custos de energia são menores.
Mineradores migram antes do halving do Bitcoin
Já Ethan Vera, COO da Luxor Technology, coloca esse número ainda maior. Vera afirma que mais de 600 mil mineradoras da série S19, da Bitmain, estão sendo transferidas dos EUA para regiões principalmente na África e na América do Sul.
Atualmente, as S19 compreendem a maior parte da infraestrutura de mineração atual, mas devem perder espaço com o halving. Hoje, a empresa já possui versões mais modernas, como a S21, que devem se destacar após o corte na recompensa.
Jaran Mellerud, CEO da Hashlabs Mining, destaca que as S19 não ficarão totalmente obsoletas. Elas apenas deixarão de ser viáveis em regiões com custo de energia mais elevado.
Apesar dos riscos associados à migração internacional, como custos de transporte e preocupações de segurança, mineradores como Nuo Xu são obrigados a transferir o seu equipamento para áreas com eletricidade mais barata. Xu destacou a diferença significativa nos custos de eletricidade entre os EUA e regiões como a Etiópia, onde os custos são substancialmente mais baixos.
Nem todas as empresas de mineração devem sair dos EUA. Empresas de capital aberto como a Bit Digital optam por reter equipamentos mais antigos e manter suas operações no país. Neste caso, a empresa conta com a maior valorização do BTC para gerar lucros mesmo com menor eficiência.
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