Quem tem Bitcoin (BTC) em 2023 só tem a comemorar, já que o preço da criptomoeda registra alta superior a 120% desde o início do ano. Mas a lucratividade também aumentou para os mineradores, que acumularam US$ 44 milhões em recompensas de bloco combinadas e taxas de transação. Ou seja, quase R$ 220 milhões na cotação atual
Esta receita é a maior do ano e marca o ressurgimento dos mineradores de Bitcoin, que enfrentaram um período desafiador entre abril de 2022 e novembro de 2023. No ano passado, diversas mineradoras, como a Core Scientific, chegaram a declarar falência por causa da queda nos preços.
Só que em 2023 a situação é diferente, e até mesmo pequenos países começam a planejar atividades no setor. É o caso do Butão, que participa da mineração de Bitcoin desde 2019.
O ano da virada para os mineradores de Bitcoin
De acordo com dados do site Blockchain.com, a mineração de BTC gerou receitas de US$ 44 milhões em recompensas de bloco e taxas de transação. A título de comparação, a receita dos mineradores não chegava a este nível desde abril de 2022.
Entre abril de 2022 e novembro de 2023, a receita dos mineradores sofreu um declínio. Vários fatores contribuíram para isso, sobretudo a queda nos preços do BTC. Nesse sentido, o sentimento negativo dos investidores aumentou, causado por fraudes e colapsos de empresas como a FTX.
Além disso, regulamentações restritivas passaram a dificultar as transações de Bitcoin e a mineração. A China, por exemplo, baniu a atividade em 2021, obrigando os mineradores a migrarem para outros países.
No entanto, 2023 marcou uma reviravolta notável, à medida que o mercado começou a restaurar a confiança dos investidores. Conforme os preços do BTC aumentaram, o interesse público também cresceu, estimulando a demanda. Isso, por sua vez, aumentou as taxas de transação, beneficiando os mineradores.
A Marathon Digital, maior empresa de mineração de BTC do mundo, relatou um aumento de receita anual de 670% no terceiro trimestre de 2023. Já a produção de BTC da empresa cresceu cinco vezes, o que aumentou suas reservas da criptomoeda.
Ambições de países menores
Notavelmente, para além dos mineradores individuais e empresas, países inteiros contribuem para a segurança da rede Bitcoin através da mineração. O Butão, por exemplo, é um país asiático sem litoral que tem se envolvido na mineração desde 2019, quando um BTC valia menos de US$ 5.000.
A Bitdeer, empresa de mineração listada na Nasdaq, opera no Butão há alguns meses. Recentemente, a empresa forneceu uma atualização sobre as instalações de mineração no país.
“No que diz respeito à infraestrutura, expandimos e diversificamos ainda mais a nossa presença global à medida que o nosso datacenter Gedu, com sede no Butão, entrou em plena operação em agosto. Este datacenter adicionou 100 MW à nossa capacidade elétrica agregada e 3,3 exahashes por segundo (EH/s) à nossa taxa de hash. Esperamos poder aumentar ainda mais sua escala operacional no futuro”, disse a empresa.
Apesar da volatilidade nos preços, o sentimento do mercado permanece otimista, em grande parte alimentado pelo lançamento antecipado dos ETFs à vista (spot) de BTC. Outro fator de otimismo é o halving, que pode catalisar novas altas no preço da criptomoeda.
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