Um estudo da Circle, empresa que emite a stablecoin USDC, mostrou que a América Latina é líder global na adoção de stablecoins. De acordo com a empresa, o volume total de operações com a USDC chegou a US$ 2,5 trilhões em 2022, cerca de um quinto dos US$ 14 trilhões movimentados pela Visa e a Mastercard.
Isto marca uma mudança em direção às moedas digitais, especialmente na América Latina, onde se tornaram parte das transações diárias. No âmbito geral, as stablecoins movimentaram um total de US$ 7 trilhões em nível global no ano passado. Isso representa metade das transações feitas com cartões no mesmo período.
Stablecoins lideram revolução financeira na América Latina
A ascensão das stablecoins cria uma nova onda de interoperabilidade financeira e comércio global. Nesse sentido, a América Latina, em particular, está na vanguarda desta revolução com a sua rápida adoção e integração de moedas digitais. O movimento é mais profundo sobretudo no Brasil e na Argentina, duas das maiores economias da região.
De acordo com outra pesquisa, feita pela Mastercard, 51% dos habitantes da região usaram moedas digitais para compras, com um terço usando com stablecoins para compras de rotina.
Esta adoção generalizada é impulsionada pelo fato de uma grande população ter acesso limitado aos serviços bancários convencionais. Ou seja, há uma grande desbancarização na América Latina, o que encarece os custos bancários e impede as pessoas de usarem esse sistema.
Só que as criptomoedas não possuem nenhuma barreira de entrada nem custos. Por isso, elas acabam oferecendo uma tábua de salvação às pessoas com poucos recursos bancários.
O cenário financeiro global está mudando à medida que se espera que mais valor mude para serviços financeiros baseados em blockchain. Prevê-se que esta medida irá revolucionar as instituições financeiras tradicionais, oferecendo serviços financeiros regulamentados e inovadores em vários domínios, incluindo investimentos, pagamentos e crédito.
A Circle, líder no mercado de stablecoin, tem sido fundamental nessa mudança. Desde o lançamento da USDC em 2018, a Circle viu a sua adoção disparar, destacando o potencial e a crescente aceitação das stablecoins no setor financeiro.
América Latina abraça USDC
Esse crescimento fez a USDC se posicionar como a principal concorrente da Tether e da USDT, maior stablecoin do mercado. E o setor de fintechs da América Latina está integrando rapidamente a USDC com os principais players da região para melhorar os seus serviços financeiros.
O Mercado Libre, maior plataforma de comércio eletrônico da região, agora oferece dólares digitais por meio do USDC, valorizado por sua transparência e interoperabilidade. Além disso, o Nubank, maior banco digital do Brasil, decidiu integrar a USDC em sua plataforma, estendendo o uso da stablecoin para seus 85 milhões de clientes.
A fintech argentina Lemon permite que quase dois milhões de clientes acessem e façam transações com USDC e moedas locais de forma integrada. Já a Ripio está na vanguarda da adoção de criptomoedas na região, introduziu o cashback em USDC em seus cartões, normalizando ainda mais a moeda digital nas transações diárias.
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