Banco Central do Brasil abre consulta pública sobre regulação de criptomoedas
Banco Central do Brasil abre consulta pública sobre regulação de criptomoedas
Economia

Banco Central do Brasil abre consulta pública sobre regulação de criptomoedas

Após meses de espera, finalmente a regulamentação de criptomoedas avançou no Brasil. O Banco Central (BC) divulgou, na noite da quinta-feira (14), sua consulta pública a respeito das novas regras do mercado brasileiro. Trata-se da Consulta Pública 97/2023, cujo link já se encontra disponível no site do BC.

De acordo com a autarquia, os brasileiros poderão enviar sugestões e perguntas através do link até o dia 31 de janeiro de 2024. O BC pretende utilizar as sugestões como base para elaborar as novas regras, com base na Lei nº 14.478/2022. O formulário contém 38 questões, divididas em oito temas, entre os quais os brasileiros poderão opinar.

Para fornecer um comentário, basta incluir o CPF, nome da instituição, e-mail e escrever a sugestão no formulário. Um dos temas principais é a segregação patrimonial, uma prática contábil que separa recursos de clientes do patrimônio de instituição financeira. O tema ficou de fora da lei aprovada este ano, mas pode surgir em uma futura regulamentação do BC.

Segregação patrimonial de criptomoedas é foco

Na consulta, o BC diz que a segregação de criptomoedas é um dos pontos de maior relevância na matéria, principalmente em cenários de crise. A confusão entre recursos de investidores e da empresa é apontada como um dos motivos da ruína da FTX no ano passado. Portanto, tudo indica que a instituição deve mesmo colocar a segregação patrimonial entre as novas regras.

Essa medida serve para diferenciar as criptomoedas de uma exchange dos ativos dos clientes, trazendo mais segurança. Com a segregação, caso uma empresa venha a falir, ela não poderá utilizar os ativos dos clientes para saldar dívidas. Isso facilita o reembolso, impedindo que os clientes tenham que esperar meses ou até anos para receber seus ativos.

“Em sua avaliação, quais são os mecanismos mais eficientes para a efetiva segregação operacional e jurídica do patrimônio dos clientes em relação ao patrimônio das prestadoras de serviços de ativos virtuais?”, pergunta o BC no documento.

Consulta atrai opiniões polêmicas

A consulta começou na noite da quinta-feira, mas algumas pessoas já incluíram comentários e sugestões. Uma delas, no entanto, foi direto ao ponto, dizendo que o estado não deveria regulamentar o uso das criptomoedas.

Fonte: BC
Fonte: BC

Já outro cidadão pediu a regulamentação das corretoras que operam fora do Brasil, mas atendem clientes nacionais. O comentário também critica as corretoras brasileiras por supostamente praticarem taxas muito acima de nomes como Binance e Coinbase.

Vale frisar que nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei das Off shores no Brasil, que também afetou as criptomoedas. O projeto final criou um imposto de 15% sobre todas as operações com criptomoedas em exchanges sediadas no exterior que ultrapassarem R$ 6.000 ao ano.

“Nós, com uma participação ativa de 9 anos neste mercado de criptomoedas, estamos comprometidos em contribuir de maneira proativa para esta consulta pública, visando a defesa dos interesses de nossos clientes e o avanço da criptoeconomia”, afirmou o advogado Rafael Steinfeld sobre a consulta.

 

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