Bitcoin não é mais o 'favorito' dos hackers para lavar dinheiro, aponta relatório
Bitcoin não é mais o 'favorito' dos hackers para lavar dinheiro, aponta relatório
Economia

Bitcoin não é mais o 'favorito' dos hackers para lavar dinheiro, aponta relatório

O Bitcoin (BTC) não é mais o “queridinho” dos hackers e golpistas para lavarem dinheiro. Conforme apontou um relatório recente da Elliptic, plataformas descentralizadas como protocolos cross-chain (cadeia cruzada), exchanges descentralizadas (DEXs), e pontes (bridges) de criptomoedas são agora locais preferidos para lavagem de dinheiro.

Segundo o relatório, plataformas como essas de cross-chain foram usadas ​​para lavar US$ 7 bilhões em fundos ilícitos ou de alto risco neste ano até o mês de julho. Ou seja, mais de R$ 36 bilhões na cotação atual em reais. De acordo com a Elliptic, esse alto valor mostra que o crime em cross-chain está acelerando mais rapidamente do que o previsto.

Cross-chain é uma tecnologia que possibilita a conexão de diferentes blockchains. Portanto, os crimes em cross-chain referem-se à conversão de criptoativos de um ativo para outro para ofuscar sua origem ilícita.

Lavagem de criptomoedas

Ainda segundo o relatório, há evidências que sugerem que grupos profissionais de lavagem de dinheiro e corretores de criptomoedas de balcão (OTC) – que processam fundos provenientes de fraudes e hacks na Coreia do Norte – estão sistematicamente envolvidos com cross-chains.

Segundo o estudo, esses criminosos estão usando métodos cross-chain mais complexos para ofuscar suas atividades de lavagem. Isso inclui, por exemplo, negociação de derivativos e ordens limitadas.

A Elliptic também apontou que as entidades alvos de sanções e organizações terroristas detêm agora mais de 80 ativos diferentes em mais de 26 blockchains. O grupo mais notável é o norte-coreano Lazarus, a maior fonte de todos os fundos ilícitos lavados através de cross-chains.

Além disso, o grupo hacker é a terceira maior fonte de todos os crimes entre blockchains em geral, tendo lavado mais de US$ 900 milhões através de métodos cross-chain.

Outros grupos criminosos como Estado Islâmico, Hamas e Hezbollah também estão usando exchanges descentralizadas para lavar seu dinheiro ilícito.

Bitcoin perde o posto

Conforme informou a empresa, existem várias razões que explicam o aumento dos crimes cross-chain. A primeira delas é que o Bitcoin não é mais o único criptoativo disponível. Afinal, existem dezenas de milhares de outros criptoativos e muitos têm características atraentes para os criminosos, como serem anônimos ou de valor estável (stablecoins).

Além disso, as ações de fiscalização sobre mixer como o Tornado Cash redirecionam os criminosos para outras formas de lavagem de dinheiro.

“Os nossos números indicam agora que, apesar do mercado baixista, os crimes cross-chain estão a aumentar mais rapidamente do que as nossas previsões anteriores. Para serviços de ativos virtuais e investigadores policiais, isso tem implicações importantes para detectar, rastrear e mitigar esta nova era de crimes com criptomoedas”, destacou a Elliptic.

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