O espólio da exchange de criptomoedas “falida” FTX apresentou no último sábado (16) uma proposta para encerrar o seu processo de falência a um tribunal de Delaware.
A documentação apresentada revela que os créditos de credores e clientes serão classificados de acordo com a prioridade que o patrimônio pretende conceder-lhes. Além disso, o cálculo do valor dos créditos levará em conta os preços dos ativos na data em que a empresa entrou com pedido de falência. Ou seja, 11 de novembro de 2022.
Especialistas apontam que essa decisão levará a perdas significativas aos credores. Afinal, nos dias que antecederam o colapso iminente da FTX, o mercado de criptomoedas entrou em uma espiral descendente. O pedido de falência da exchange desencadeou um mercado baixista que durou vários meses até 2023.
Portanto, no dia 11 de novembro do ano passado, os preços das principais criptomoedas estavam significativamente mais baixos do que no momento em que este artigo foi escrito. O Bitcoin, por exemplo, custava cerca de US$ 17.000 no dia 11 de novembro. Hoje, cada criptomoeda custa mais de US$ 40.000.
Da mesma forma, o preço do Ethereum (ETH) saltou de cerca de US$ 1.280 no dia 11 de novembro para US$ 2.214 no momento da redação desta matéria.
Num comunicado, o espólio disse que o plano foi concebido para “maximizar e distribuir eficientemente o valor a todos os credores”.
Plano da FTX
De acordo com uma reportagem da Bloomberg, o plano de pagamento prevê que bilhões de dólares sejam distribuídos em dinheiro depois que a empresa liquidar grande parte de suas participações em criptomoedas.
A exchange de criptomoedas fundada por Sam Bankman-Fried (SBF) colapsou no fim do ano passado logo depois que o CoinDesk informou sobre o balanço instável da unidade comercial da empresa, Alameda Research.
A crise impactou os preços das criptomoedas e a credibilidade de empresas do setor. Além disso, fez aumentar o escrutínio sobre exchanges centralizadas.
Diante dos detalhes do plano, é possível que ele enfrente forte oposição de vários grupos de credores até a aprovação final do tribunal. Apenas no ano que vem haverá a marcação da data da audiência.
Sunil Kavuri, um dos credores da FTX, observou em uma postagem no X (antigo Twitter) que o novo plano de reorganização ignora os Termos de Serviço da FTX. Isso porque os termos afirmam que “os ativos digitais são propriedade dos usuários e não da FTX Trading”.
O FTT, token nativo da exchange de criptomoedas FTX, recuou mais de 10% nas últimas 24 horas. No momento da redação, o criptoativo está custando US$ 3,29. A título de curiosidade, antes do colapso da FTX, o FTT custava mais de US$ 25.
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