As stablecoins iniciaram sua atuação no mercado de criptomoedas como um tema controverso, mas, atualmente, são responsáveis por mais de 90% das movimentações feitas no mercado de criptoativos brasileiro, conforme os dados divulgados pela Receita Federal. Para Luiz Parreira, CEO da Bipa, há alguns motivos para a curva da adoção das stablecoins e da USDT no Brasil.
Ele destaca que em 2021, o Brasil enfrentou um desafiador cenário econômico marcado por uma taxa de inflação elevada. Com uma taxa que atingiu 10,06%, representando o patamar mais alto desde 2015, a nação experimentou um ambiente de pressão inflacionária que impactou significativamente o poder de compra dos consumidores e a estabilidade financeira.
Segundo ele, a inflação, combinada com a desvalorização contínua da moeda local, o real, criou um contexto no qual os investidores e cidadãos buscaram ativamente alternativas para proteger seus ativos contra os efeitos adversos dessa volatilidade econômica.
“A proteção contra inflação é uma das características mais significativas oferecidas pelo USDT no Brasil, sobretudo em contextos de economias com históricos de inflação elevada como aconteceu no país em 2021”, explica Luiz Parreira.
Economia brasileira e uso de USDT
Em regiões onde as moedas nacionais têm sido historicamente suscetíveis à inflação, os usuários buscam alternativas estáveis para preservar o valor de seus ativos. As stablecoins, ancoradas em ativos como o dólar, proporcionam proteção contra a perda de poder de compra causada pela inflação brasileira.
Para Parreira, ao utilizar stablecoins como reserva de valor, os investidores conseguem mitigar os riscos associados à desvalorização da moeda local e manter uma maior estabilidade de seus ativos ao longo do tempo.
“A experiência específica do Brasil, onde a inflação atingiu 10,06% em 2021, destaca na prática a relevância dessa proteção. Acontece que em meio à alta inflação e a desvalorização constante do real, os brasileiros não tinham opção. Em 2021, a taxa de inflação no país atingiu o maior nível desde 2015 e o quarto maior desde o Plano Real”, disse.
Volume acumulado das seis principais criptomoedas no Brasil
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