O Bitcoin (BTC) disparou 3% nesta segunda-feira (12) e se aproximou dos US$ 50.000. Mas nesse mesmo dia, a criptomoeda atingiu um novo recorde histórico na Argentina. De acordo com o CoinGecko, a cotação oficial atingiu 40 milhões de pesos argentinos por BTC, superando o recorde anterior, que era de 38 milhões de pesos.
Essa forte alta do Bitcoin na Argentina surge em um contexto de queda vertiginosa do peso, que registrou uma queda de 99% em relação ao dólar desde 2018. Nesse período, os ativos digitais emergiram lentamente como uma reserva de valor e estabilidade financeira para muitos cidadãos.
Argentinos preferem USDT ao Bitcoin
A Argentina tem um histórico de instabilidade econômica marcado pela frequente desvalorização cambial, complicando a poupança e a gestão financeira dos seus residentes. Por isso, mesmo com o crescimento do BTC no país, os cidadãos ainda preferem utilizar a stablecoin USDT no seu dia-a-dia.
Como resultado, os cidadãos recorreram aos ativos digitais, demonstrando uma forte adoção popular. Numa tentativa de preservar o poder de compra, os argentinos recorreram a stablecoins populares, como USDT e USDC, para economizar e converter ganhos locais, em vez do Bitcoin. O uso da criptomoeda tem mais lugar como um investimento de longo prazo.
De acordo com as conclusões da Chainalysis, a Argentina ocupa o 15º lugar mundial na adoção de ativos digitais. Durante a década de 1980, quando a Argentina introduziu controlos cambiais, as trocas de dinheiro público transformaram-se em entidades subterrâneas conhecidas como “cavernas financeiras”.
Estas entidades ressurgiram agora como “cavernas de criptomoedas”, servindo como exchanges de mercado negro onde os seus cidadãos compram stablecoins e BTC. Operando secretamente em locais ocultos, essas trocas subterrâneas peer-to-peer (P2P) facilitam as transações.
Luta pela estabilidade
A Argentina experimentou um aumento substancial na sua taxa de inflação no final de 2023. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a inflação do país deverá atingir 250,6% em 2024. Além disso, prevê-se que a recessão econômica do país exceda as projeções anteriores.
“Prevê-se que a inflação elevada e o aperto fiscal considerável resultem num declínio da produção na Argentina em 2024, antes que o crescimento recupere em 2025, quando as reformas começarem a entrar em vigor”, disse a OCDE. Um dos fatores para a alta foi o fim dos subsídios, que elevou os preços de serviços como eletricidade e transporte público.
Estes desenvolvimentos coincidem com a implementação de extensas reformas pelo recentemente eleito presidente da Argentina, Javier Milei, provocando manifestações em toda a terceira maior economia da América Latina.
Durante uma entrevista recente, Milei enfatizou que a dolarização é a fase final de uma série de reformas. Ou seja, o objetivo final do presidente é transformar o dólar em moeda oficial da Argentina. Mas antes disso, o seu governo pretende resolver os balanços do banco central até junho, seguido de alterações no sistema bancário.
Com isso, Milei espera que o sistema bancário seja reformado dentro de um ano, e aí o governo Milei deve preparar o caminho para a dolarização.
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